Epa Babá, meu Pai Oxalá!
- Quintal de Aruanda
- 7 de nov. de 2018
- 3 min de leitura
Atualizado: 14 de nov. de 2018

Quando pensamos no Orixá Oxalá, a primeira coisa que nos ocorre é fé. Sim, eis o que melhor o define. Ele é o Trono Natural da Fé e irradia sobre todos os seres suas vibrações estimuladoras da fé individual e também suas irradiações geradoras de sentimentos de religiosidade. Mas nem sempre o ser absorve suas irradiações pois está com a mente voltada para o materialismo desenfreado.
Mas o que seria Fé? Se procurarmos no dicionário, encontraremos várias definições, seguem algumas:
Fé é uma palavra que significa confiança, crença, credibilidade. A fé é um sentimento de total crença em algo ou alguém, ainda que não haja nenhum tipo de evidência que comprove a veracidade da proposição em causa.
Ter fé implica uma atitude contrária à dúvida e está intimamente ligada à confiança. Em algumas situações, como problemas emocionais ou físicos, ter fé significa ter esperança de que algo vai mudar de forma positiva, para melhor.
De acordo com a etimologia, a palavra fé tem origem no Grego "pistia" que indica a noção de acreditar e no Latim "fides", que remete para uma atitude de fidelidade.
No contexto religioso, a fé é uma virtude daqueles que aceitam como verdade absoluta os princípios difundidos por sua religião. Ter fé em Deus é acreditar na sua existência e na sua onisciência. A fé é também sinônimo de religião ou culto. Por exemplo, quando falamos da fé cristã ou da fé islâmica. Então eu lhe pergunto:
No que ou em quem você tem fé? Qual é sua verdade? Quem dá sustentação à sua verdade? Quem dá sustentação à sua fé? Quem é aquele que é o regente da verdade, da fé, da esperança, daquilo que acalenta os corações e traz paz pra você, para sua comunidade e para todos aqueles que buscam algo maior?
Aqui no Quintal de Aruanda, somos questionados e questionamos sobre a fé, e uma das entidades da casa deu uma definição das mais profundas que já ouvimos: “Fé é a capacidade de transformar algo que está apenas no campo das ideias e torná-la real, palpável.”
Oxalá é cultuado não apenas na Umbanda, como no Candomblé e em outras religiões e isso se explica devido ao fato de Oxalá não se limitar as crenças estabelecidas ele é maior que as religiões e suas doutrinas, sendo interpretado de maneiras diferentes por entre elas.
Devido ao sincretismo religioso no Brasil, a imagem de Jesus Cristo foi ligada à Oxalá, porém, Jesus não é Oxalá. Jesus Cristo é um Trono da Fé de nível intermediário dentro da hierarquia de Oxalá. E o mesmo acontece com Buda e outras divindades manifestadoras da fé, pois muitos Tronos Intermediários já se humanizaram para falar aos homens como homens e, assim, melhor estimularem a fé em Deus. Todas as divindades irradiam a fé. Mas os Tronos da hierarquia de Oxalá são mistérios da Fé e irradiam-na o tempo todo. Na Umbanda, Jesus é o mestre maior, aquele que encarnou para trazer a boa nova e para promover revoluções na concepção de mundo vivida naquele momento.
Nos mitos o Orixá Oxalá é descrito como o primeiro dos Orixás, é ele quem cria a realidade do nosso planeta para que depois os outros Orixás possam gerar, ordenar, renovar…
Sendo assim, Oxalá é a presença da força que buscamos no momento dos desafios, a sabedoria e coragem necessária para enfrentarmos os obstáculos em nosso caminho.
Termino como comecei EPA BABÁ, OXALÁ ! Epa epa (exclamação de surpresa, grande admiração pela honrosa presença); Babá (pai).
Por: Um filho do Quintal.
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