Yabás, nossas mães na Umbanda
- Quintal de Aruanda
- 14 de dez. de 2018
- 4 min de leitura

Salve as Yabás, salve a Umbanda e salve todas as religiões! Hoje falaremos sobre as Yabás Oxum, Iemanjá e Iansã. Mas, o que são Yabás? Yabá significa "mãe rainha". Yabás são todos os orixás femininos, nossas chamadas "mães de cabeça". O termo "mãe rainha", na África, era um título apenas atribuído a Iemanjá e Oxum e no Brasil se estendeu as outras yabás, sendo elas na umbanda Iemanjá, Oxum, Iansã e Nanã. Senhoras misteriosas em seus fundamentos, ligadas muitas vezes as águas (elemento das emoções) e fecundidade.
Oxum é sincretizada com diversas Nossas Senhoras: Na Bahia, ela é tida como Nossa Senhora das Candeias ou Nossa Senhora dos Prazeres. No Sul do Brasil, é muitas vezes sincretizada com Nossa Senhora da Conceição, enquanto no Centro-Oeste e Sudeste é associada ora à denominação de Nossa Senhora, ora com Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Sua data comemorativa é 8 de dezembro, o que pode variar também de acordo com a região. As cores que a representam são o amarelo, azul ou dourado.
Oxum é chamada de “Orixá do Amor Divino”, “Deusa do Perdão”, ela é a manifestação do amor, puro, real, maduro, sensível e incondicional. A senhora das águas doces, cascatas e rios, que irrigam os campos por onde passam, desde a sua nascente até o seu encontro com o mar, trazendo a fartura de alimentos. Senhora do ouro, do mel, da beleza, da vaidade feminina, sensibilidade, encanto e também do jogo de Ifá (jogo de búzios). Ela estimula a união matrimonial, favorece a conquista da riqueza espiritual e a abundância material. Atua na vida dos seres estimulando em cada um os sentimentos de amor, fraternidade e união. Oxum rege também a fertilidade devido a sua ligação ao óvulo liberado em cada ciclo menstrual. É a responsável pelas artes culinárias, a qual segundo as lendas, “dobravam” as opiniões contrárias dos seus inimigos através do estômago Seu campo de atuação é o amor, as relações humanas, a comunicação, a sensualidade pelo encanto e pela beleza. Oxum está em tudo, pois, se amamos algo ou alguém é porque ela está dentro de nós. Sua saudação é Ora Yêyê Ô! Salve a Senhora da bondade!
Yemanjá é a senhora dos mares e oceanos. Conhecida como a “Mãe d’água”, “Rainha das ondas”, “Sereia do mar”. Yemanjá rege sobre a geração e simboliza a maternidade, o amparo materno, a mãe propriamente dita, pois atua com intensidade na geração dos seres, das criaturas e das espécies, despertando em cada um e em todos, um amor único pela sua hereditariedade. E também irradia a criatividade, tornando todos os seres, criaturas e espécies muito criativos e capazes de se adaptarem às condições e meios mais adversos. Assim, sua irradiação divina estimula e traz oportunidades de crescimento para todos que a evocam, pois irá estimular a geração de vidas, de ideias, de fé, de amor e de conhecimento. Yemanjá, por ser em si a Geração, está na gênese de tudo como os próprios processos genéticos. E se a qualidade de Oxum agrega, ou funde o sêmen e o óvulo, Yemanjá é o processo genético que inicia a multiplicação celular, ordenada por Ogum, comandada por Oxossi, direcionada por Iansã, equilibrada por Xangô, estabilizada por Obaluaiyê e cristalizada num novo ser por Oxalá.
Viram como um orixá não dispensa a atuação dos outros e como todos são fundamentais e indispensáveis a tudo o que existe?
Yabá bastante conhecida em nosso país devido à grande extensão de praias e também pelo fato do mar ser para alguns a sua única fonte de sobrevivência e sustento. Quem nunca ouviu falar sobre pular as sete ondas de Yemanjá na noite de 31 de dezembro? A cada onda pulada se faz um pedido, como cultivar o amor fraternal, a saúde, a limpeza espiritual entre outros. Suas cores são o azul, o branco e também o prateado. Na mitologia yorubá ocupa a posição de mãe de todos os Orixás – a grande Matriarca. Ela é sincretizada com Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora das Candeias, da Luz, e da Glória, e sua data comemorativa é 2 de janeiro. Sua saudação é Odociaba ou Odoia que significa “Amada senhora das águas”.
Yansã é conhecida como a senhora dos bambuzais, das ventanias, dos redemoinhos, das tempestades. Yabá muito ligada aos elementos fogo e ar, ela controla os ventos, raios e tempestades e é responsável pela condução dos eguns (espíritos desencarnados). A onda que irradia da Orixá atinge os seres direcionando-os, ou seja, o mistério de Mãe Iansã é o caminho para quem se encontra desordenado e sem saber por onde começar. Se Ogum abre os caminhos, Iansã aponta qual é o melhor caminho.
Como divindade direcionadora e movimentadora, Iansã retira os seres de um caminho de estagnação evolutiva (provocada por seus desequilíbrios emocionais) e ajuda a encaminhá-los, cortando os seus excessos emocionais e colocando-os no caminho correto a seguir. Sua atuação é ativa, mobilizadora e emocional, mas não é inconsequente ou emotiva.
É também a Orixá que dá amparo àqueles que vivem em obediência à Lei e à Justiça Maiores, protegendo-os e combatendo as injustiças que estejam enfrentando.
Yansã representa a mulher que antes de ir à luta beija os filhos com carinho e chegando nos campos de batalha não deixa a bravura sufocar a sua feminilidade e sensualidade Suas cores principais são o vermelho e o coral, também sendo em algumas casas o rosa e o amarelo. Ela é sincretizada com Santa Bárbara e Santa Brígida. As comemorações para a Iansã na Umbanda são realizadas em 4 de dezembro, sua saudação é “Epahei Oyá”. Saudação aos majestosos ventos de Iansâ. Que nossas Mães possam sempre nos conduzir pela nossa evolução, nos dando amor, sensibilidade, criatividade, sabedoria e discernimento para que possamos tomar as atitudes e decisões mais coerentes conosco mesmos e com nossos irmãos. Muito obrigada e que assim seja!
Por: Um filho do Quintal.
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